País
Atrasos nas consultas e tratamentos de fertilidade geram efeito "perverso", alerta especialista
Pedro Xavier, do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, salienta o efeito “perverso” nos atrasos registados para o acesso a consultas e tratamentos, uma vez que o tempo é muitas vezes decisivo neste tipo de casos.
Segundo um estudo divulgado esta terça-feira pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), quase 70 por cento das primeiras consultas no SNS para inseminação artificial intrauterina ultrapassaram no ano passado o tempo de espera previsto, chegando a uma mediana de 142 dias.
Já as consultas e técnicas de segunda linha, como a fecundação in vitro, apresentaram medianas de tempos de espera superiores, por vezes acima de um ano. Em declarações à RTP, Pedro Xavier, membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, considera que o resultado deste estudo “não é uma surpresa” e que o problema no sistema público se tem “arrastado e agravado” com o passar dos anos.
Na opinião deste especialista, trata-se de uma situação “perversa”, uma vez que o prognóstico neste tipo de casos “depende muito do tempo de espera”.
“Quanto mais tempo” de espera menor será a “possibilidade de ter sucesso nos tratamentos”, pelo que há uma “dupla penalização” com os tempos de espera registados.
Pedro Xavier considerou que o problema só será resolvido com uma “concertação de vontades”.
“Tem de haver uma articulação com os cuidados de saúde primários, na referenciação atempada dos casais aos centros mais diferenciados”, bem como um “um apoio inequívoco às unidades de procriação medicamente assistida no SNS”, frisou.
O responsável sublinhou que o Hospital de São João “é um bom modelo e um bom exemplo”, que permitiu “em praticamente um ano e meio acabar com as listas de espera” e que deve ser replicado noutras unidades.
“O país precisa muito de nascimentos e este contributo não pode ser desperdiçado”, vincou.
Quanto aos atrasos específicos para a segunda linha de tratamentos como a fecundação in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), Pedro Xavier salienta que o SNS impõe um limite de idade de 40 anos.
“Se tivermos quase seis meses de tempo de espera para uma primeira consulta e, na maior parte dos centros públicos, mais um ano de tempo de espera para acesso aos tratamentos de segunda linha, as mulheres que tenham acesso ou que façam um pedido de consulta com 38 anos praticamente já não vão conseguir fazer um único tratamento”, alertou.
O responsável lembrou ainda as dificuldades financeiras e de habitação que levam ao adiar da decisão de engravidar. Explicações "que não são apenas caprichos individuais”, assinalou.
Questionado sobre o possível aumento do limite de idade para o acesso a este tipo de tratamentos, Pedro Xavier argumentou que “não vale a pena, por decreto, dar este bónus” sem se fazer um esforço para “melhorar a resposta”.
“Os centros estão a ter imensa dificuldade a dar resposta aos pedidos de consulta e tratamento com esta limitação de 40 anos. Ao aumentar a idade de acesso aos tratamentos, as listas de espera também vão aumentar”, alertou.
Já as consultas e técnicas de segunda linha, como a fecundação in vitro, apresentaram medianas de tempos de espera superiores, por vezes acima de um ano. Em declarações à RTP, Pedro Xavier, membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, considera que o resultado deste estudo “não é uma surpresa” e que o problema no sistema público se tem “arrastado e agravado” com o passar dos anos.
Na opinião deste especialista, trata-se de uma situação “perversa”, uma vez que o prognóstico neste tipo de casos “depende muito do tempo de espera”.
“Quanto mais tempo” de espera menor será a “possibilidade de ter sucesso nos tratamentos”, pelo que há uma “dupla penalização” com os tempos de espera registados.
Pedro Xavier considerou que o problema só será resolvido com uma “concertação de vontades”.
“Tem de haver uma articulação com os cuidados de saúde primários, na referenciação atempada dos casais aos centros mais diferenciados”, bem como um “um apoio inequívoco às unidades de procriação medicamente assistida no SNS”, frisou.
O responsável sublinhou que o Hospital de São João “é um bom modelo e um bom exemplo”, que permitiu “em praticamente um ano e meio acabar com as listas de espera” e que deve ser replicado noutras unidades.
“O país precisa muito de nascimentos e este contributo não pode ser desperdiçado”, vincou.
Quanto aos atrasos específicos para a segunda linha de tratamentos como a fecundação in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), Pedro Xavier salienta que o SNS impõe um limite de idade de 40 anos.
“Se tivermos quase seis meses de tempo de espera para uma primeira consulta e, na maior parte dos centros públicos, mais um ano de tempo de espera para acesso aos tratamentos de segunda linha, as mulheres que tenham acesso ou que façam um pedido de consulta com 38 anos praticamente já não vão conseguir fazer um único tratamento”, alertou.
O responsável lembrou ainda as dificuldades financeiras e de habitação que levam ao adiar da decisão de engravidar. Explicações "que não são apenas caprichos individuais”, assinalou.
Questionado sobre o possível aumento do limite de idade para o acesso a este tipo de tratamentos, Pedro Xavier argumentou que “não vale a pena, por decreto, dar este bónus” sem se fazer um esforço para “melhorar a resposta”.
“Os centros estão a ter imensa dificuldade a dar resposta aos pedidos de consulta e tratamento com esta limitação de 40 anos. Ao aumentar a idade de acesso aos tratamentos, as listas de espera também vão aumentar”, alertou.